|:| Corpus Compartilhado Diacrônico: cartas pessoais brasileiras

|:| Célia Lopes {celiar.s.lopes@gmail.com} e Silvia Cavalcante {silviare@gmail.com}



|:| Carta 33-PF-07-10-1928

|:| Autor: Maria Amália de Castro Abreu Magalhães

|:| Destinatário: D. Maria

|:| Data: 07 de Outubro de 1928

|:| Versão modernizada

|:| Encoding: UTF-8



Bondosa Dona Maria



É sempre minha Mamãe a portadora de minhas letras . Restam-me só 2 destes papéis que guardo para escrever a boa amiga , hoje Mãe de nove filhos religiosos . Esta tem por fim fazer-lhe uma visitinha , pedindo notícias suas , e perguntando se recebeu um cartão meu agradecendo o segundo presente de doces . Vêm-me as lágrimas aos olhos todos esses mimos , que me fazem recordar minha saudosa Mamãe . Como nos acompanha do Céu !! tantas almas santas que fazem suas vezes para



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nós !! - Os doces são guardados para as festas e foram bem saboreados na festas de minhas moças á Santa Therezinha no dia 3 de Outubro . Dirijo uma Sala de moças pobres ( 52 ) consagrada a Santa Therezinha . Recebo encomendas de bordados , para poder sustentá-las , e tenho os dias todos tomados . Desde que entreguei-me a Nosso Senhor na vida religiosa , tenho a fortuna de viver com os pobres . Respeito a boa amiga , as mesmas palavras que dizia a minha Mamãe " Para mim nada , mas tudo para minhas pobres "



Digo-lhe isto porque já reconheci



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quanto é grande seu coração .



Ontem recebi carta de Padre Jeronymo e de Isa , falando em seu nome . Todos reconhecidos por tanta bondade . Guardei esta pétala de rosa da festa do meu Patronato para lhe oferecer , como fiz a algumas bondosas senhoras amigas da minha Sala . Este pequeno programa é só para ver a minha festinha , e se tiver ocasião gostaria que mostrasse a Fernando . Ele assistiu a do ano passado e deve lembrar-se .



Veja que massada lhe está



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dando a pobre Madre Castro que lhe escreve com tanta familiaridade !! Estou certa que não levará a mal . Os filhos sempre em alguma coisa , se parecem com os Pais .



Termino beijando sua mão , confessando-me sempre reconhecida



Maria Amalia Castro



R . de S . D .



Bahia . 7 de Outubro 1928